Resiliência empresarial: como se adaptar as mudanças globais?

Pesquisa da McKinsey & Company aponta as principais tendências para organizações brasileiras, tendo a velocidade na tomada de decisões como essencial para o desenvolvimento

Em um ambiente global que continua a evoluir rapidamente, impulsionado pela inovação tecnológica, mudanças econômicas e desafios sociais, a resiliência organizacional emergiu como a pedra angular para o sucesso empresarial.

A pesquisa da McKinsey & Company, “OrgBRTrends: 10 macrotendências que influenciam as organizações brasileiras”, realizada em outubro de 2023, lança uma luz sobre as tendências emergentes que moldam o futuro das empresas, com uma ênfase especial na importância da agilidade e da resiliência.

Este artigo visa aprofundar a discussão, explorando como a resiliência pode ser cultivada como uma capacidade estratégica dentro das empresas. Descubra como navegar por um cenário caracterizado pela incerteza:

Desafios e oportunidades na atualidade

A pesquisa destaca a velocidade na tomada de decisões como um elemento essencial para o desenvolvimento empresarial no atual contexto de mudanças aceleradas.

A análise das respostas de mais de 350 lideranças em 14 indústrias diferentes revelou uma preocupação comum com a capacidade de adaptar-se rapidamente a novos desafios e oportunidades.

Segundo o estudo, 60% dos líderes reconhecem a urgência de acelerar tanto a tomada de decisões quanto a implementação de ações. Eles consideram os temas cruciais para o aprimoramento da adaptabilidade e da competitividade.

Além disso, o relatório destaca outros aspectos significativos, como a necessidade de atrair e reter talentos, a busca por maior eficiência e a valorização de lideranças inspiradoras.

Todos esses elementos são fundamentais para garantir a competitividade e a adaptabilidade em um ambiente que exige respostas rápidas, eficazes e inovadoras.

Cultivando a agilidade e a resiliência

A resiliência é identificada como uma prioridade estratégica, com organizações que se adaptam rapidamente às mudanças mostrando desempenhos significativamente melhores.

Os dados sugerem que empresas ágeis e resilientes, capazes de superar crises, além de sobreviverem, prosperam, alcançando um retorno aos acionistas até 50% maior em comparação com empresas menos adaptáveis.

No Brasil, 98% dos líderes entrevistados acreditam que a resiliência continuará sendo tão ou mais importante nos próximos anos do que já é atualmente, mas 70% dos gestores consideram que suas companhias ainda não estão preparadas para reagir rapidamente às transformações atuais.

No entanto, a pesquisa também indica que muitas organizações se sentem despreparadas para enfrentar os desafios atuais com a agilidade necessária, revelando uma lacuna entre a percepção da importância da resiliência e a capacidade de implementá-la efetivamente.

A resposta para este impasse pode estar na mudança da cultura, promovendo modelos ágeis que impulsionam a prontidão e a flexibilidade nas organizações. Além disso, é preciso promover uma cultura de experimentação, aprendizado contínuo e empoderamento das equipes para a tomada de decisões.

A importância da cultura organizacional e da liderança

O estudo da McKinsey & Company enfatiza a transformação cultural como um pilar para o desenvolvimento da resiliência organizacional.

Afinal, a promoção de uma cultura que valoriza a agilidade, a experimentação e o aprendizado contínuo são fundamentais para fomentar um ambiente onde a adaptabilidade se torna intrínseca à operação empresarial. Porém, no estudo, apenas 4% dos líderes consideraram que colocam isso em prática.

O desafio crítico, segundo 60% das lideranças brasileiras, é ter processos de governança que se traduzam em ações claras, padronizadas e visíveis.

Outro aspecto importante para a cultura organizacional é a capacidade da liderança de inspirar pessoas, mas muitas empresas ainda não alcançaram um bom patamar neste quesito. De acordo com o estudo, apenas 25% dos respondentes afirmaram que os líderes da sua organização são inspiradores.

Rami Goldfajn e Fernanda Mayol, sócios da McKinsey, acreditam que atualmente as lideranças estejam muito focadas nas respostas rápidas a crises, contudo, o cenário precisa mudar. “É vital que eles pensem a longo prazo, cultivem comportamentos adequados e invistam mais em atrair, reter, desenvolver, inspirar e alinhar seus talentos”, afirmam.

Tecnologia e inovação no coração da resiliência

Digitalização e inteligência artificial

A adoção de tecnologias digitais e inteligência artificial é vista como uma força motriz para a eficiência, a inovação e a resiliência organizacional.

Com a previsão de que o investimento em tecnologias digitais aumentará nos próximos anos, a pesquisa reforça a importância de integrar essas ferramentas na estratégia empresarial e na cultura organizacional.

Nesse sentido, 70% dos gestores acreditam que o investimento em formatos digitais vai aumentar nos próximos anos. Empresas já estão usando Inteligência Artificial (IA) para criar pipelines sustentáveis e de longo prazo, fazer mudanças estruturais mais rápidas e, assim, melhorar os processos de trabalho.

Ainda assim, 45% dos entrevistados consideram que a falta de expertise é o maior desafio das organizações para alavancar a digitalização e IA. Conforme aumenta a adesão, as organizações devem focar em incorporá-las à cultura corporativa e desenvolver líderes com conhecimento sobre o tema.

No Brasil, apenas 14% das lideranças consideram que suas empresas possuem alto grau de aproveitamento da digitalização e da IA e o avanço neste aspecto apoiará a eficiência, com maiores retornos de resultados e resiliência, ou seja, capazes de tomar decisões rápidas e precisas.

Ainda no aspecto da modernização de rotinas, desde a pandemia, mais de 90% das empresas adotaram uma variedade de modelos híbridos de trabalho. Hoje, mais de 50% dos respondentes acreditam que a incorporação do home office vai aumentar. Dessa forma, torna-se uma preocupação a promoção de estrutura e suporte, além de flexibilidade.

É bem-vinda, se for o caso, uma redefinição das formas de acompanhamento de desempenho, afirma a pesquisa. Por fim, a gestão deve ser pragmática ao considerar os objetivos e o nível de impacto desejados em seus programas.

Assim, poderão levantar recursos necessários e criar mecanismos internos que facilitem o crescimento e o desenvolvimento de todos, para manterem-se firmes e garantirem sucesso nos próximos anos.

Retenção de talentos mais eficiente

Outro insight importante do relatório é a necessidade de uma política afirmativa para a retenção de talentos. Os líderes esperam que 20% de seus funcionários deixem suas organizações no período de um ano.

Em tempos em que os colaboradores estão reavaliando suas expectativas em relação ao trabalho, a atração e a retenção de pessoas pedem novas regras.

No Brasil, um terço dos trabalhadores planeja sair da empresa na qual trabalha em um ano. Além disso, a maioria dos empregadores enfrenta desafios ao tentar reengajar esses talentos e ainda atrair novos.

Lideranças nacionais indicam que o desenvolvimento de carreira, os benefícios e o propósito são essenciais, mas precisam caminhar juntos. Ou seja, é necessária uma combinação de todos esses fatores para mudar este cenário.

Para os analistas da Mc Kinsey, as empresas devem considerar responder a esse desafio adaptando sua proposta de valor às preferências emergentes para diminuir o​ gap​ entre o que os colaboradores desejam hoje e o que a empresa necessita. Para completar, ainda devem investir em planos de carreira e desenvolvimento pessoal.

Dada a incerteza econômica e a competição por talentos, as organizações também precisam equilibrar a proteção do negócio no curto prazo e sua configuração para o sucesso no longo prazo. Elas devem locar as melhores pessoas em funções de maior valor, mas cerca de metade dos respondentes não têm clareza dos papéis que geram mais retornos.

Contudo, o impacto de um mapeamento bem executado pode ser estrondoso. Segundo o estudo, profissionais de alta performance em determinada função podem ser 800% mais produtivos do que aqueles de desempenho mediano no mesmo papel.

Modelos de trabalho híbrido

A transição para modelos de trabalho híbrido representa outra tendência significativa, com implicações profundas para a estrutura organizacional e a cultura.

A pandemia acelerou essa mudança, levando a uma reavaliação das práticas de trabalho e abrindo oportunidades para maior flexibilidade e inovação na gestão de talentos.

A pesquisa destaca a necessidade de as empresas adaptarem suas políticas e infraestruturas para suportar efetivamente o trabalho híbrido, garantindo que a flexibilidade não comprometa a produtividade ou a coesão da equipe.

Forjando o futuro com resiliência

O estudo da McKinsey & Company fornece um roteiro para as empresas brasileiras que buscam navegar no cenário empresarial em constante mudança.

Cultivar a resiliência organizacional, através da agilidade na tomada de decisões, de uma cultura e liderança fortes, e da integração eficaz da tecnologia, é fundamental para garantir não apenas a sobrevivência, mas o florescimento no futuro.

As organizações que abraçarem esses princípios estarão bem-posicionadas para transformar desafios em oportunidades, promovendo o crescimento sustentável e a inovação.

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Diante dos desafios e oportunidades apontados pelo estudo da McKinsey, a LG lugar de gente se destaca por fornecer um ecossistema completo de soluções para gestão do capital humano.

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Priscila Cruz

Priscila Cruz

Professora de Língua Portuguesa por formação, Analista de SEO por paixão. Atualmente, pós-graduada em Marketing e Growth para aprender a aliar criatividade com crescimento estratégico e acelerado. Acredito que a produção de conteúdo pela internet é o caminho para democratização do acesso ao conhecimento. Por isso, explore comigo as tendências de RH e todo o universo da gestão do capital humano!

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