Software: é mudar ou morrer

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Software: é mudar ou morrer

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Mudar ou morrer. Nos últimos tempos, há muita discussão sobre como mudar o perfil da indústria de software no País. Uma primeira ação evidente, revela a quarta edição de um estudo sobre o setor realizado pela Assespro São Paulo e o Instituto de Tecnologia de Software, é a separação formal das empresas produtoras de software, das dedicadas à áreas de serviços, consultoria e implementação.

“São dois mundos absolutamente distintos e com realidades diferenciadas. Por isso, não incluímos empresas focadas em serviços no estudo. Essas têm um mundo à parte“, observa Roberto Mayer, presidente da Assespro São Paulo e responsável pela elaboração do estudo, que contou com a participação das 50 maiores empresas nacionais produtoras de software, que na definição do levantamento são àquelas que possuem uma aplicação própria para ser comercializada.

No estudo, entram tão somente as empresas com 100% de capital nacional. As multinacionais ficaram fora, afirma Mayer, para que se pudesse tirar um diagnóstico mais preciso da realidade do País. As conclusões da pesquisa não poderiam ser mais preocupantes com relação ao futuro deste mercado de produção de software. Fica transparente que o momento é decisivo: é hora de mudar ou de morrer.

E essa tendência não leva em conta questões ligadas à política de apoio ao software por parte do governo. Ela é real porque há um acúmulo de falhas na condução dos processos de negócios dessas empresas, que têm, em média, mais de 10 anos de mercado. Muitas, aliás, já estão atuando há mais de 20 anos.

“Essa é uma questão que nos fez ver que o sinal vermelho está aceso na produção do software. A maior parte dessas empresas tem, em média, 300 funcionários, e são consideradas grandes no Brasil. São empresas que pelo tempo de vida poderiam ser classificadas como maduras pelo tempo de atuação“, observa Mayer.

“Só que não conseguem ampliar a faixa de faturamento, nem ganhar maior escopo. São poucas que deram uma guinada. Muitas correm o risco de desaparecer. E o mais grave: O estudo constatou que não surgem novas empresas. A maioria das jovens não chega aos 10 anos de atuação“, completou o presidente da Assespro SP.

Uma das principais falhas do setor produtivo de software está na condução dos negócios. A maior parte das empresas está na contramão dos modelos adotados no mundo. Isso porque, essas empresas têm mais de 70% dos seus funcionários nas áreas de desenvolvimento e suporte técnico. As áreas comercial e de marketing, somadas, ficam com apenas 24%. “Isso significa que as empresas fazem o seu software para consumo próprio. São técnicos fazendo software. Não olham, o cliente. Não avaliam o mercado. E muitas sofrem para achar compradores efetivos“, avisa Mayer.

No mundo, relata o executivo, o comportamento é oposto. As grandes corporações como Oracle, SAP, Microsoft e outras têm pouco mais de 20% do seu corpo funcional voltado para o desenvolvimento. O grande foco deles está na parte de planejamento, desenvolvimento de mercado, marketing e vendas. “Será que não é a hora de mudar esse modelo nosso? A produtora de software tem de vender seu aplicativo e a solução tem de responder a uma demanda de mercado“, completa o presidente da Assespro São Paulo.

A pesquisa revela que, em média, as empresas pesquisadas reunem 17500 profissionais. Mais de 70% das empresas possui entre 25 a 250 funcionários. Apenas 6% admitem possuir mais de 750 empregados. Também fica comprovado que o faturamento médio da soma dessas 50 empresas - consideradas as maiores do Brasil - não ultrapassa a casa dos US$ 1 bi.

“Boa parte desses recursos vem daquelas que revisaram seus negócios e foram ao mercado e abriram capital. Ainda assim, precisamos somar muitas empresas para chegar a um faturamento baixo, se compararmos com o mercado internacional. Somos quase nada num mercado globalizado“, observa Mayer.

A maior prova que o desenvolvimento de negócios não faz parte do risco da maior parte das empresas entrevistadas é que a área de manutenção de software responde por quase 50% da receita final dessas companhias. “É aquela coisa: A empresa faz um software, consegue um cliente e faz de tudo para mantê-lo. Vive de dar suporte e conseguir uma receita mensal segura. Essa não me parece ser a melhor receita para a produção de software brasileira. Novos caminhos precisam ser descobertos o quanto antes“, adverte Mayer.

Para o presidente da Assespro São Paulo, além da mudança de perfil em relação à definição da estratégia de negócios, planos de médio e longo prazo são absolutamente necessários e uma maior profissionalização dos executivos no comando das empresas - o produtor de software nacional precisa entender que é preciso encontrar nichos de atuação.

“Mais vale ser um produtor de software que atenda a 500 clientes, mas que esses clientes não queiram trocar, do que fazer um software para dizer que fez e desaparecer do mercado. Na pesquisa, há muitas empresas que afirmam ter um ERP (pacote de gestão) próprio. Há algo de errado. Neste mercado, não dá para ter tantos. Muitas vão desaparecer ou incorporar seus produtos aos dos grandes e virarem consultorias e implementadoras para sobreviver“, completa Mayer.

Participaram da pesquisa, entre outras, empresas como a ABC 71 Soluções, Aker Consultoria, Benner Sistemas, Itauttec Componentes, Matera Systems, Módulo, Positivo Informática, Datasul, Elucid, Execplan, LG Informática, Star Soft, Microsiga, RM Sistemas, Senior Sistemas, Spress Informática, entre outras.

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