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LG lugar de gente encerra participação no CONARH 2025 com reflexões sobre tecnologia, diversidade e liderança no RH

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No último dia do congresso, os debates trouxeram olhares sobre como automação, inteligência artificial e diversidade podem impulsionar a eficiência, transformar culturas e preparar líderes para o futuro do trabalho

O último dia da LG lugar de gente no CONARH 2025 foi marcado por uma síntese importante dos grandes temas que moldam o futuro do RH. Da automação dos processos à inteligência artificial aplicada à gestão de talentos, da importância de garantir diversidade no treinamento dos algoritmos até o papel essencial das lideranças na sustentação da cultura organizacional, os painéis reuniram especialistas que mostraram, na prática, como o RH pode ser o elo entre eficiência, estratégia e humanidade.

Mais do que discutir tendências, as conversas apontaram caminhos concretos para transformar desafios em oportunidades, sempre com foco em pessoas.

RH automatizado: da folha à gestão de talentos

Se antes o RH era visto apenas como uma área burocrática, cuidando de admissões, folhas de pagamento e processos operacionais, hoje ele se reinventa como protagonista estratégico dentro das empresas. A tecnologia já transformou parte dessas rotinas, mas o próximo passo é ainda mais ambicioso: usar automação e inteligência artificial não só para ganhar eficiência, mas também para apoiar decisões e fortalecer a gestão de talentos.

Esse foi o tema debatido no videocast “RH automatizado: da folha à gestão de talentos”, que reuniu Leonam Barcelos (Gerente de Administração de Pessoas da LG lugar de gente), Luiz F. Barbosa de Oliveira (Partner Human Capital da Deloitte) e Antonio Salvador (Sócio-diretor da Salva&CO).

Segundo Luiz, as empresas já avançaram no básico: “Hoje, quando uma empresa adquire uma tecnologia de RH, ela já vem embarcada com muitas automações, principalmente em processos como folha de pagamento e admissão.” Mas ele lembrou que essa é apenas a primeira etapa: “Existe um oceano de oportunidades quando pensamos em ir além do operacional, aplicando tecnologia em gestão de talentos, tomada de decisão e geração de insights estratégicos.”

Na visão dos especialistas, a tecnologia deve ser invisível, funcionando como um facilitador. “O colaborador não deve sentir que está interagindo com várias plataformas diferentes. A experiência precisa ser fluida, engajadora e capaz de gerar dados que apoiem decisões inteligentes sobre pessoas”, destacou Luiz.

Antonio Salvador reforçou que não se trata apenas de processos ou cultura, mas também de eficiência: “Durante muito tempo, o RH ficou atrás de áreas como finanças e operações quando o assunto era tecnologia. Isso precisa mudar. Não há eficiência sem tecnologia.”

O papel do RH nessa virada

Se no passado a chegada do cloud já trouxe um salto para o setor, agora a inteligência artificial e as automações avançadas representam uma nova oportunidade: transformar definitivamente o RH em uma área que une eficiência, estratégia e experiência do colaborador.

No fim, a mensagem foi clara: a automação é um caminho sem volta. E mais do que liberar equipes de tarefas repetitivas, ela abre espaço para que o RH se concentre no que realmente importa — cuidar de pessoas, apoiar lideranças e gerar valor para o negócio.

Diversidade e IA no RH: quem treina os algoritmos que decidem sobre pessoas?

Se a inteligência artificial já ajuda o RH a contratar, avaliar e até promover colaboradores, surge uma pergunta inevitável: quem treina os algoritmos que estão por trás dessas decisões? O risco de reproduzir desigualdades históricas é real, e justamente por isso diversidade e tecnologia precisam caminhar juntas.

Esse foi o ponto central do videocast “Diversidade e IA no RH: quem treina os algoritmos que decidem sobre pessoas?”, com Danilo Camapum (Gerente de Gente e Gestão na LG lugar de gente), Andreza Maia (Cofundadora e Diretora da Futuros Possíveis) e Dadson Moraes (Vice-presidente da ABRH Brasil e Head de Educação e Carreira do IEL/GO).

A proporcionalidade invisível nos dados

Para Andreza, diversidade não se resume a quem ocupa os espaços, mas também à proporcionalidade: “Não basta perguntar quem está decidindo, mas quantas pessoas estão decidindo.”

Ela ilustrou com um exemplo pessoal: após mais de um ano interagindo com uma IA, pediu que a ferramenta gerasse uma imagem dela. O resultado foi um homem branco. “Em nenhum momento passou pela IA que eu pudesse ser uma mulher negra. Isso mostra que, mesmo sem intenção, os dados carregam vieses inconscientes que reforçam exclusões.”

Andreza reforçou que a IA deve ser vista como aliada, mas com limites claros: “Ela não pode ser usada sozinha para tomar decisões. Precisa servir para mudar a realidade, não para replicar desigualdades.”

Dadson trouxe o olhar da ABRH, lembrando iniciativas que conectam diretamente povos indígenas, diferentes regiões e identidades ao mundo corporativo: “Diversidade não é discurso, é prática. Quando damos voz às pessoas que realmente representam esses grupos, criamos políticas mais justas e próximas da realidade.”

Andreza complementou: “Falar de diversidade como tema social ficou no passado. Hoje, é negócio. Não investir nisso não é apenas injusto, é uma decisão pouco inteligente.”

Cabe ao RH garantir que tecnologia e diversidade se complementem. Isso significa questionar quais dados treinam algoritmos, quem toma decisões e como assegurar que inclusão não seja só discurso, mas prática.

A mensagem final não deixou dúvidas: IA sem diversidade é risco; IA com diversidade é potência.

Liderança que forma, escuta e retém: como criar líderes que transformam

Automatização, inteligência artificial, diversidade… todos esses temas são urgentes no RH. Mas nada disso se sustenta sem uma liderança preparada para inspirar, escutar e traduzir a cultura organizacional em ações diárias.

O tema foi levantado no videocast “Liderança que forma, escuta e retém: como formar líderes que transformam”, com Danilo Camapum (Gerente de Gente e Gestão na LG lugar de gente), Camila Bodra (Gerente de Cultura, Desenvolvimento e Comunicação do iFood) e Renata Barcelos (Conselheira de Empresas, Professora da FDC e Doutora).

Cultura que se sustenta na prática

Para Camila, liderança é peça-chave em qualquer transformação cultural. No iFood, os líderes são protagonistas: “É muito difícil falar de cultura ou engajamento sem liderança no front. A agenda de liderança no iFood é 100% ativa, porque sabemos que, se não olharmos para esse público, nada funciona.”

Comunicação e escuta: dois lados da mesma moeda

Renata trouxe uma provocação essencial: comunicar não é apenas falar, é também escutar. “Entre o que passa na minha cabeça e o que escrevo, já se perde muito. Imagine até onde a mensagem chega no outro. Comunicar é traduzir, e só conseguimos traduzir de forma eficaz quando ouvimos primeiro.”

Ela lembrou que feedbacks e orientações só funcionam em ambientes de escuta genuína, e alertou para o risco de culturas desalinhadas quando a liderança não entende a estratégia com clareza.

Liderança como ferramenta de transformação

Na visão de Camila, o líder precisa ser mais que engajador: deve atuar como instrumento ativo de mudança. “Não basta engajar. É preciso fortalecer o líder como tomador de decisão e protagonista nos processos. A área de people não trabalha sozinha, é sempre em conjunto com a liderança.”

Renata destacou ainda práticas como job rotation e imersões em camadas, começando pela diretoria, para assegurar consistência no alinhamento estratégico.

No fim, as especialistas convergiram em uma certeza: a liderança é o elo entre cultura, estratégia e pessoas. Mais do que preparar líderes técnicos, é preciso desenvolver líderes que saibam escutar, comunicar com clareza e sustentar os valores da empresa. “Comunicação só existe quando o outro se sente parte. E, para isso, ouvir é tão importante quanto falar”, conclui Renata.

Com o encerramento da programação, ficou evidente que o RH do futuro já está em construção hoje. Automação, IA e dados não são mais opcionais, mas sim ferramentas indispensáveis para dar escala, precisão e impacto às decisões. Porém, como reforçaram os especialistas ao longo do dia, nenhuma tecnologia substitui o que há de mais humano no trabalho: a diversidade de olhares e a liderança capaz de escutar, engajar e transformar.

Ao fechar sua participação no CONARH 2025, a LG lugar de gente deixou uma mensagem clara: o futuro do RH será mais eficiente e digital, mas só terá real valor se for, acima de tudo, inclusivo, estratégico e centrado em pessoas.

Foto de Flaviane Paiva

Flaviane Paiva

Gerente de Marketing da LG lugar de gente, jornalista por formação, com mais de 15 anos de experiência acompanhando as transformações da tecnologia aplicada à gestão do capital humano. Ao longo dessa trajetória, tenho liderado times, enfrentado desafios diversos e me aprofundado em temas de liderança, o que me levou a concluir um MBA em Liderança Estratégica.

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