Diversidade: a linha que pode separar sucesso e fracasso

A Goldman Sachs, um dos maiores grupos financeiros do mundo, passou a recusar IPOs de empresas sem diversidade em suas direções. Atitude mostra a dimensão que a inclusão vem assumindo no mercado

O banco Goldman Sachs estabeleceu que, a partir de julho de 2020, não irá mais trabalhar com a abertura de capital (IPOs) de empresas que não demonstrem diversidade em sua administração.

Inicialmente, a exigência é de que pelo menos um integrante na direção represente alguma minoria, especialmente as mulheres, e se aplica aos Estados Unidos e Europa. Contudo, os planos do grupo são de expandir a exigência para dois membros já em 2021.

A Goldman Sachs, um dos maiores grupos financeiros do mundo, passou a recusar IPOs de empresas sem diversidade em suas direções. Atitude mostra a dimensão que a inclusão vem assumindo no mercado

O impacto da diversidade

Segundo a direção da Goldman Sachs, a decisão se baseia na análise de que empresas com pelo menos uma mulher em seus conselhos tiveram melhor desempenho na bolsa de valores. Isso significa que a decisão, além de incentivar o aumento de políticas inclusivas nas companhias, está diretamente ligada ao impacto financeiro.

De acordo com estudos realizados pela Gallup, a busca por equipes mais plurais e por profissionais mais curiosos são pontos fundamentais para desenvolver lideranças capazes de lidar com desafios globais. Nesse sentido, estimular a ascensão de mais mulheres a cargos de direção seria uma escolha acertada.

Para a Diretora de Conteúdo da Great Place to Work (GPTW), Daniela Diniz, a última década é prova da evolução no olhar das organizações sobre a diversidade. Porém, mesmo com toda a evolução, ela avalia que esse movimento ainda está apenas começando. “Se olharmos quantas empresas no mundo (ou mesmo se fizermos um recorte apenas no Brasil) estão de fato preocupadas em promover uma política de inclusão e diversidade, ainda temos um longo caminho a percorrer”, pontua.

Segundo Daniela, não faltam motivos para essa virada de chave na cultura organizacional. “Empresas que buscam ter times muito semelhantes, contratando seus espelhos, ou seja, buscando sempre o mesmo perfil de profissional, perdem competitividade no mercado. Elas serão menos inovadoras e, consequentemente, menos rentáveis”, afirma.

Efeito sobre a marca empregadora

Mais do que danos financeiros cada vez mais evidentes, a falta de diversidade também pode ter outros efeitos negativos. É o que ressalta Daniela Diniz. “Há outro prejuízo hoje que está mais latente. A marca empregadora sofre ameaças quando a empresa ignora a diversidade”, completa.

Para ela, é crucial que a organização se coloque como um lugar onde o profissional não precise esconder quem realmente é para fazer parte da equipe. Ignorar isso pode prejudicar de forma drástica a retenção de talentos da companhia. “As pessoas querem ser elas mesmas no trabalho e não usar máscaras. Buscam lugares que respeitem seu gênero, sua orientação sexual, sua condição física e psicológica, sua idade, sua etnia, suas crenças religiosas. Empresas que não estão prestando atenção à inclusão ou diversidade deixam de ser atraentes e perdem talentos”, afirma.

Já as companhias que fazem o caminho inverso ao da maioria e apostam na pluralidade de seus times colhem resultados cada vez mais relevantes para o momento atual. “Empresas mais diversas são mais inovadoras, mais rentáveis e atraem mais talentos”, avalia Daniela.

Sinais de uma cultura pobre em diversidade

Para a Diretora de Conteúdo da GPTW, as empresas que não se dedicam ao tema da diversidade normalmente agem como se políticas de inclusão não fossem realmente relevantes para o negócio.

“O primeiro sinal a se observar é o discurso da empresa, especialmente da sua liderança, quando abordada sobre a questão da diversidade. Quando a empresa não considera esse tema estratégico, costuma ter um discurso vazio e evasivo a respeito”, afirma.

Como resultado, ela afirma que a formação do quadro da companhia tende a se tornar previsível. “Quanto menos preocupada e engajada uma empresa for em relação à diversidade, mais homogênea será sua equipe, em especial a liderança”, reforça.

Por fim, Daniela Diniz esclarece que, além dos impactos financeiros, o estímulo para desenvolver a preocupação com ambientes mais inclusivos pode envolver a relação da organização com o meio com que se relaciona. “Quando o assunto é levado de forma genuína na empresa, há um sentimento de justiça em promover iguais condições e oportunidades de trabalho para seus profissionais, independentemente de gênero, etnia, idade, orientação sexual. Buscar ser mais justo e, consequentemente, fazer sua parte para construir uma sociedade melhor é algo que move algumas empresas nessa direção”, completa.

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Rômulo Santos

Rômulo Santos

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