Profissões do futuro: como sair na frente diante desse desafio?

Fernando Mantovani, Diretor Geral da Robert Half, ressalta a importância de estar atento aos colaboradores e aos sinais do mercado

O atual momento do mercado profissional é de mudanças profundas e constantes. Se por um lado isso traz a incerteza de como a transformação digital impactará a forma como o trabalho é feito, por outro, a virada da década parece vir carregada de novas possibilidades provocadas pelas profissões do futuro.

De acordo com a 10ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), recrutadores e profissionais se mostram otimistas quanto aos rumos do mercado de trabalho nos próximos seis meses.

Segundo o levantamento – realizado entre outubro e novembro de 2019, com mais de 1.160 profissionais – o índice de otimismo subiu de 51,9 pontos em julho para 53 pontos em outubro. Além disso, 56% dos responsáveis pelo preenchimento de posições dentro das empresas afirmam que 2020 tende a ser melhor do que 2019 do ponto de vista da abertura de vagas.

Quais são as profissões do futuro?

Em outra pesquisa feita pela Robert Half em 13 países e na União Europeia, 2.909 executivos foram consultados sobre carreiras emergentes com o avanço da tecnologia.

Para 41% dos entrevistados, o cargo de gerente de e-commerce se mostra como o mais promissor para os próximos anos. Já o gestor de e-learning figura como a segunda profissão mais mencionada pelos participantes do levantamento.

Além dessas, consultor de transformação digital, assistente virtual, gerente de Costumer Experience, especialista em diversidade, gerente de talentos, gerente de engajamento, gerente de bem-estar e gerente de recrutamento fecham a lista.

Para Lucas Nogueira, Diretor de Recrutamento da Robert Half, hoje, as profissões em alta são aquelas relacionadas à tecnologia, inteligência artificial, robotização e engenharia. “As principais áreas que demandam esses profissionais são bancos e empresas do setor financeiro (como meios de pagamento), saúde e hospitais, e o setor de geração e transmissão de energias renováveis”, afirma.

Contudo, essa projeção chama atenção também pelo perfil esperado dos profissionais que desenvolverão essas carreiras. “As principais competências para o profissional do futuro passam por gestão do tempo, comunicação e capacidade de gerenciar pessoas de diferentes formações, performances e vivências (profissionais e sociais). Elas serão valorizadas porque, com o advento da tecnologia, a comunicação deverá ser mais rápida e clara”, avalia Lucas.

Saindo na frente

O Diretor de Recrutamento da consultoria explica que sair na frente nesse contexto de profissões do futuro exige que a empresa esteja alinhada com o comportamento da sociedade atual. “Para os próximos cinco anos, podemos esperar algo muito mais voltado para a busca de propósito dos profissionais do que a execução de um trabalho repetitivo e sem objetivo simplesmente. O engajamento passará por questões como melhoria dos processos internos das empresas e como eles retornam de forma positiva para a comunidade. Setores de energia limpa, saúde e meio ambiente, agronegócio, turismo sustentável, por exemplo, terão os próximos anos como objeto de trabalho de muita gente”, antecipa.

Nesse cenário, Fernando Matovani, Diretor Geral da Robert Half, elenca cinco boas práticas que as empresas precisam adotar para saírem na frente e obter vantagem competitiva. Confira as dicas do especialista:

1 – Conheça seus colaboradores

Como Mantovani esclarece, apenas 12% dos profissionais entrevistados pelo ICRH têm intenção de permanecer na mesma companhia e função em 2020. Ele explica que outros até pensam em ficar na mesma organização, mas cultivam planos de serem promovidos ou trocar de área.

No mesmo sentido, Lucas Nogueira ressalta que os próximos anos devem ser marcados pelo crescimento no desafio da formação, contratação e retenção desses profissionais. Por isso, conhecer a fundo os desejos de seus colaboradores torna-se vital. “Será necessária uma valorização significativa dessa mão de obra, sobretudo em países em desenvolvimento, como o Brasil”, alerta.

2 – Esteja alinhado com o mercado

O Diretor da Robert Half revela que a falta de compatibilidade entre salário e benefícios almejados e oferecidos tem sido a principal barreira para a admissão em processos seletivos de acordo com a percepção dos próprios profissionais.

Sendo assim, Fernando Mantovani frisa a importância de observar a realidade externa à organização para atrair os talentos desejados para as profissões do futuro. “O dado é um alerta para que as empresas estruturem ofertas compatíveis com as praticadas no mercado e se preparem para defender o pacote diante dos candidatos”, pontua.

Indo além, Lucas esclarece que é preciso estar atento ao “senso de dono” presente nos profissionais do futuro. “Nota-se uma diminuição significativa nos níveis hierárquicos nas empresas e um aumento do grau de autonomia de todas as funções. Isso demanda conhecimento, responsabilidade e rápida tomada de decisões”, pontua.

3 – Faça contratações por projetos

Outra recomendação para dar início a ações que contribuam para o desenvolvimento de negócios é dividir as demandas em etapas e contratar profissionais especializados em projetos para a execução de cada uma.

Como explica o especialista, esse modelo permite que a organização faça uma análise mais precisa dos processos para evitar investimentos que não gerem o retorno desejado. “Dessa forma, sem inflar o quadro de colaboradores permanentes, a cada etapa concluída, será possível avaliar se é viável continuar ou paralisar o projeto”, completa.

Para Lucas Nogueira, também é importante ser capaz de crescer com a equipe. “Investir em aprender com o time atual, buscar novas formas de execução do trabalho, conhecer novas culturas e formas de gestão são mecanismos para aprimorar essas características que serão valorizadas”, avalia.

4 – Otimize a contratação

Segundo apontam os dados apurados pela Robert Half, pelo menos 17% das empresas entrevistadas entendem como principal desafio do recrutamento a contratação de profissionais para cargos estratégicos sem afetar a rotina da companhia.

Tendo em vista a busca por talentos de profissões emergentes, o Diretor da consultoria recomenda a busca por auxílio externo. “Em casos de urgência no preenchimento de uma vaga ou de demanda por um perfil muito específico de profissional, é importante que a área de seleção da companhia considere contar com o apoio de uma empresa especializada em recrutamento. Não porque a equipe interna não seja competente, mas sim pelo fato de que um parceiro terceirizado especializado pode contribuir para a aceleração do processo de uma maneira eficiente”, salienta.

Mais do que isso, ele destaca também que para 12% das companhias ainda há dificuldade de decidir sobre dois profissionais muito qualificados. Esse dado reforça ainda a importância de incluir soluções de Analytics e Inteligência Artificial no processo de contratação.

5 – Não espere o mercado se aquecer

Como lembra Mantovani, o desemprego entre profissionais que possuem algum nível de qualificação ainda se mantém relativamente baixo apesar de uma parte importante dos profissionais brasileiros estar desempregada.

Ele cita como exemplo a comparação do terceiro trimestre de 2019, onde enquanto a desocupação da população geral era de 11,8%, apenas 5,3% dos profissionais com 25 anos de idade ou mais e formação superior completa estava sem emprego. Sendo assim, Fernando Mantovani alerta que as organizações que quiserem sair na frente diante das profissões do futuro precisam estar atentas. “Aconselho as companhias a se prepararem para uma possível disputa das empresas pela atenção dos profissionais de talento quando a retomada do mercado acelerar, afinal, encontrar colaboradores qualificados é a principal dor de cabeça de 80% dos empregadores durante o processo de recrutamento”, finaliza.

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Rômulo Santos

Rômulo Santos

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