Liderança no home office: 6 pontos para impulsionar sua empresa

Luciano Meira, Professor e Sócio-Fundador da Caminhos Vida Integral, aponta como os líderes podem se alinhar à nova realidade para tirar o melhor resultado de seus colaboradores em meio à pandemia

Durante a pandemia, os desafios da liderança no home office ganharam ainda mais foco. Afinal, como é possível gerir os trabalhadores de uma organização de forma remota e ao mesmo tempo manter produtividade e o engajamento? Sem dúvidas, esse é um questionamento que acompanha vários líderes que ainda não tinham experiência com o modelo de trabalho à distância.

Para entender melhor esse processo que tomou conta das organizações durante a pandemia do novo coronavírus, Felipe Azevedo, Vice-Presidente da LG lugar de gente, recebeu Luciano Meira, Professor e Sócio-Fundador da Caminhos Vida Integral, para discutir sobre esse e outros questionamentos no podcast Pra Gente.

Confira abaixo 6 pontos fundamentais apresentados pelos especialistas para que as organizações sejam capazes de alinhar suas expectativas de liderança no home office e tirar o máximo de proveito da experiência já com os olhos no futuro pós-pandemia.

1 – Liderança no home office: faça alinhamentos

A realidade do trabalho remoto é inédita para a grande maioria das empresas. Luciano acredita que, somado a isso, estão os esforços de repensar a gestão da organização para lidar com esse momento.

“Primeiro, acho que nós que temos papel de liderança precisamos dar um passo para atrás e admitir que é uma crise muito maior do que as que outras de vários tipos com as quais nós convivemos”, ressalta.

Diante disso, assumir a real dimensão da crise, entender o choque causado pelo isolamento social e o impacto de ter que colocar em pleno funcionamento planos que vinham sendo desenhados para o futuro é um dos diferenciais para o enfrentamento.

Para Felipe, a falta de precedentes precisa ser clara. “A liderança nunca enfrentou desafios como esses que nós estamos passando neste momento. Um cenário e contexto totalmente novos”, completa.

2 – O líder precisa crescer

Segundo Luciano, não há como alcançar bons resultados de liderança no home office de outra forma. “Quem mais serve é quem lidera. Todo líder é um facilitador para que as coisas aconteçam bem”, reforça.

Luciano Meira, Professor e Sócio-Fundador da Caminhos Vida Integral
Luciano Meira, Professor e Sócio-Fundador da Caminhos Vida Integral

Justamente por isso, a responsabilidade desses profissionais se tornou mais desafiadora do que nunca com o início da pandemia. O especialista considera que isso coloca em curso um processo inevitável de reinvenção que, como ele acredita, não vai deixar nenhum líder da geração atual passar ileso.

Porém, embora as possibilidades sejam variadas, Luciano alerta que isso não significa que a evolução é garantida. “Estamos diante de situações em que se o indivíduo não se mobilizar e passar a adotar uma visão mais solidária das coisas, podemos sucumbir. Não é uma fase para se brincar. Nós precisamos estar atentos ao crescimento pessoal e, em especial, ao da liderança.”, destaca.

3 – Hora de empoderar equipes

Dedicado ao tema há bastante tempo, Luciano destaca que não é nova a ideia de que os melhores líderes são aqueles que conseguem promover a autonomia de seus liderados. Ainda assim, colocar isso em prática não é tão fácil quanto parece.

“Dar ordens, dizer o que fazer, não é liderar. Você está apenas transmitindo tarefas para outros braços, mas a cabeça continua sendo a sua. Empoderar uma equipe é outra coisa. Fazer com que as pessoas certas estejam nos lugares certos, fazendo as coisas certas, pelas razões e propósitos certos e fazendo com que os resultados esperados aconteçam”, explica.

De acordo com ele, esse processo está ancorado na relação da empresa com os Recursos Humanos e pode levar anos para ser construído. No entanto, a pandemia surgiu como um ultimato para um modelo que já estava ultrapassado.

“Essa visão antiga da liderança que tem que ficar supervisionando as pessoas o tempo inteiro já tinha seus dias contados antes da pandemia e com ela eu diria que houve uma virada enorme”, argumenta Luciano.

Liderança no home office trabalho remoto

4 – A era das soft skills

Outro tema que não é exatamente novo, mas que ganhou mais força a partir da transformação antecipada pela crise é o triunfo de habilidades e competências mais humanas sobre aquelas de caráter essencialmente técnico.

Com as incertezas da pandemia, surgiu uma dúvida universal acerca de como serão as coisas a partir de agora. Luciano esclarece que isso fez com que aspectos psicológicos mais sutis ganhassem mais relevância. Para o especialista, ainda que essas competências viessem crescendo desde a virada do milênio, a adesão de modelos mais pautados por tecnologias como a Inteligência Artificial definiu novos contornos para a equipe ideal.

Dessa maneira, o líder de hoje precisa tanto de comandados autônomos, capazes de trabalhar com ou sem sua presença, que se comuniquem bem, interajam e produzam à distância como de estar bastante atento para captar o sentimento de cada uma dessas pessoas.

“O líder, pela primeira vez, precisa ser mais psicólogo do que ele já foi antes. Insisto muito no ponto de que formamos líderes para tratar de negócios, mas a essência da liderança é tratar de pessoas”, afirma.

Por isso, Luciano salienta que ainda que o conhecimento para lidar com o mercado seja fundamental, a capacidade de lidar com pessoas é o que tem dado a gestores bem-sucedidos uma vantagem importante diante do cenário atual.

5 – Ajuste as expectativas

Como já mencionado, é preciso admitir que o momento é delicado e isso leva também a um ajuste de expectativas. Luciano Meira acredita que deixar de fazer isso pode prejudicar ainda mais o engajamento de seus colaboradores nessa relação de liderança no home office.

“As pessoas já estão no mundo das incertezas, e podem estar sofrendo com esse cenário social. Se você impõe  metas de desempenho muito altas, sem entender o que elas estão passando lá na ponta, isso se torna um erro grave de liderança”, alerta.

A verdade é que pensar em produtividade é cada vez mais uma tarefa de compreensão. Para o especialista, isso significa fazer um novo mapeamento das competências necessárias para caminhar rumo ao alto desempenho.

6 – Por onde começar?

Mas como um líder pode se tornar um profissional realmente preparado para atender às necessidades de seus comandados? Para Luciano, esse desenvolvimento de competências é um esforço coletivo, mas para ser capaz de estabelecer essa conexão é preciso mergulhar antes no autoconhecimento.

“Leia, estude, procure entender o ser humano. E o ser humano mais próximo de você é você mesmo”, ressalta. Ele explica que sem se tornar antes um especialista em entender suas próprias motivações e pontos de melhoria, o líder não será capaz de romper as barreiras que o impedem de atingir um novo patamar.

“Infelizmente, não tenho uma bola de cristal e não posso falar que futuro será dos líderes mais maduros, mas a pressão é tamanha que acho que sim. A minha desconfiança é de que nós teremos um amadurecimento da forma de pensar a liderança. Então, menos vaidade e defensividade e mais colaboração, integração e maturidade de um modo geral”, argumenta.

Já para Felipe Azevedo, é importante entender que o sucesso dos esforços para alinhar essa nova liderança no home office passam pela compreensão dos talentos e das ferramentas disponíveis para que todos alcancem o melhor de seu potencial.

“Aproveitar esse momento para experimentar novas coisas é o que vai nos ajudar a ter um aprendizado útil daqui para frente. Usar a tecnologia, as ferramentas que temos disponíveis. Hoje, temos uma infinidade de ferramentas que podem agregar para os líderes hoje e em um futuro próximo”, finaliza.

Quer saber mais sobre o tema? Ouça esse e outros episódios do podcast Pra Gente para descobrir o que alguns dos principais especialistas do mercado apontam como tendências para melhorar o desempenho da gestão de pessoas em sua empresa. Clique aqui e conheça todo o conteúdo que já está disponível.

Rômulo Santos

Rômulo Santos

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